Comprar um frigorífico novo é sempre uma aventura. Durante anos, nem se pensa no assunto, até que começam a surgir falhas e chega o momento de folhear catálogos ou pesquisar na internet em busca de um possível substituto. Afinal, é normal só se lembrar de “São Pedro quando chove”. No pior dos cenários, o frigorífico simplesmente deixa de funcionar. Vale a pena então fazer contas, porque explicamos quanto tempo dura normalmente um frigorífico e o que se pode fazer para prolongar ao máximo a vida útil do que já tem. Caso contrário, pelo menos ficará a saber no que deve ter em conta quando chegar a hora de trocar.
Qual é a vida útil de um frigorífico?
Em média, um frigorífico dura entre 10 a 15 anos, podendo alguns modelos chegar aos 20 anos se forem bem cuidados. No entanto, durar mais tempo não significa manter a mesma eficiência e desempenho. Importa lembrar que, em apenas 10 anos, os avanços tecnológicos podem ser enormes.
Não é, por isso, boa ideia esperar que o frigorífico “morra” para o substituir. Trocar antes de avariar totalmente pode poupar dinheiro, tanto em consumo elétrico como na conservação dos alimentos e evitar perdas de comida. Além disso, por norma do Conselho Europeu, as marcas são obrigadas a disponibilizar peças de substituição e assistência técnica para prolongar a vida útil dos eletrodomésticos, reduzindo o desperdício e contribuindo para a sustentabilidade. Em suma, tudo dependerá do frigorífico que cada pessoa tem em casa.
Fatores que influenciam a duração de um frigorífico
Nem todos os frigoríficos envelhecem da mesma forma. Há vários elementos que podem influenciar a sua vida útil:
- Qualidade do eletrodoméstico
Modelos de gama média-alta ou alta tendem a durar mais, pois utilizam materiais melhores, tecnologias avançadas e componentes mais resistentes, como os motores Inverter. - Manutenção e limpeza
Limpar regularmente as borrachas das portas, o condensador e evitar acumulação de gelo ou pó na parte traseira pode prolongar significativamente a vida útil. Situações externas, como falhas de energia ou várias mudanças de casa, também influenciam. - Tecnologia
Modelos recentes, com tecnologias de poupança energética como o Total No Frost, AirFlow Control ou gavetas específicas como a FreshBox, não só conservam melhor os alimentos como fazem o frigorífico trabalhar de forma mais eficiente, reduzindo o desgaste. - Uso diário
Um frigorífico de uma família numerosa, com aberturas constantes e sempre cheio, desgasta-se muito mais depressa do que um de uma casa com apenas uma pessoa (e talvez um gato). O nível de utilização tem impacto direto na durabilidade.
Como saber se chegou a hora de trocar?
Um frigorífico raramente deixa de funcionar de repente, o desempenho vai-se degradando com o tempo. Eis alguns sinais de alerta:
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Já não arrefece como antes, mesmo no nível máximo.
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Faz mais ruído do que o normal (pode ser o compressor).
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O consumo de energia aumenta (visível na fatura).
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Cria gelo constantemente, no congelador e até no compartimento de refrigeração.
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As borrachas das portas estão gastas ou já não vedam bem (um vidro partido não compromete o funcionamento, já as borrachas danificadas, sim).
E se o frigorífico ainda funcionar bem, mas for antigo?
É comum encontrar em casas de férias frigoríficos que já “viram passar várias guerras”. No entanto, muitos deles, além da idade, têm classes energéticas antigas (G ou inferiores), o que significa que podem gastar o dobro ou até o triplo da eletricidade de um modelo atual de classe A, a mais eficiente no mercado.
Segundo a OCU (janeiro 2025), substituir um frigorífico com 13 anos por um modelo moderno pode representar até 50% de poupança energética ao longo da sua vida útil. Além disso, muitos modelos atuais oferecem tecnologias sustentáveis e maior capacidade interna, sem aumentar o tamanho exterior, graças a um design mais eficiente.
Dicas para prolongar a vida do frigorífico
Enquanto não chega a altura de trocar, ou para garantir maior durabilidade do novo modelo, seguem alguns conselhos práticos:
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Não sobrecarregar: deixar espaço para o ar circular.
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Limpar as borrachas e interior com vinagre e água a cada 3-4 semanas.
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Manter o termóstato entre 3 °C e 5 °C e o congelador a -18 °C.
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Não encostar à parede e não utilizar a parte superior para armazenamento: o frigorífico precisa de espaço para ventilar.
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Evitar colocar comida quente diretamente no interior.
Em resumo: quanto tempo dura um frigorífico?
Um frigorífico pode durar entre 10 e 15 anos, mas a eficiência e o desempenho não são eternos.
Se o frigorífico já tiver mais de uma década, convém observar como está a funcionar, quanto consome e se continua a ser adequado ao estilo de vida. Pode sempre ser reaproveitado numa casa de férias ou de campo, onde as exigências são menores. E, como referido, uma simples reparação pode prolongar-lhe a vida sem grandes complicações.
Por outro lado, investir num modelo moderno, eficiente e bem desenhado pode ser muito mais rentável do que parece. Hoje, existem frigoríficos que preservam melhor os alimentos, consomem menos energia e têm maior durabilidade. E se, além disso, oferecerem até 10 anos de garantia, como acontece em algumas gamas atuais, tanto melhor.